
O ministro Luiz Fux chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) em 2011, indicado pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Sua nomeação foi resultado de uma campanha pessoal iniciada em 2004, quando buscou apoio em diferentes setores políticos — inclusive do ex-ministro José Dirceu (PT), então réu no processo do mensalão.
Siga o Poder News no Instagram
Nesta quarta-feira, 10, Fux será o primeiro a votar na retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus na trama golpista. Seu posicionamento é um dos mais aguardados da Primeira Turma, que já tem placar de 2 a 0 pela condenação.
O ministro já havia discordado do relator, Alexandre de Moraes, ao se opor ao uso de tornozeleira eletrônica para Bolsonaro e criticar a delação de Mauro Cid. Na terça, 9, protagonizou momentos de tensão, trocando farpas com Moraes e chamando a atenção de Flávio Dino.
A trajetória de Fux até o Supremo foi longa. Ele mesmo costuma dizer que “bateu na trave” três vezes antes de ser escolhido. Sua indicação foi a primeira feita por Dilma, que mais tarde nomearia também Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. No início do julgamento da trama golpista, Fux foi cortejado pelas defesas dos oito réus. O advogado Demóstenes Torres, que representa o almirante Almir Garnier, chegou a afirmar que o ministro “tem brilhado” desde sua aprovação no Senado.
Nascido no Rio de Janeiro em 26 de abril de 1953, Fux tem 72 anos, é casado com Eliane Fux e pai da desembargadora Marianna Fux e do advogado Rodrigo Fux. Formado em Direito pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 1976, doutorou-se em Direito Processual Civil na mesma instituição em 2009. Ingressou na magistratura fluminense em 1982, após ser aprovado em primeiro lugar no concurso.
Foi nomeado ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e chegou ao Supremo dez anos depois. Já presidiu o STF, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na vida acadêmica, atuou como professor titular da Uerj, chefiou o Departamento de Direito Processual e lecionou em instituições nacionais e estrangeiras. Em 2009, coordenou a comissão de juristas responsável pelo anteprojeto do novo Código de Processo Civil. É autor de livros, membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas e do Instituto dos Advogados Brasileiros, além de ter recebido diversas condecorações por sua contribuição ao Direito.