
O economista Paul Romer, vencedor do Prêmio Nobel em 2018, afirmou nesta terça-feira, 14, durante o evento Global Voices 2025, promovido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em São Paulo, que o Brasil precisa reagir ao avanço das grandes empresas de tecnologia e não permitir que essas corporações desestabilizem seu sistema político.
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“Não há razão para o Brasil se submeter a esses novos senhores feudais”, declarou Romer. “Eu proibiria o modelo de propaganda que utilizam e imporia impostos elevados. O modelo de negócios dessas empresas é baseado em vigilância e manipulação da informação.”
Romer defendeu que monopólios são nocivos para o desenvolvimento das economias e que cabe aos governos estabelecer limites claros ao poder desproporcional acumulado pelas big techs. “Economias crescem mais quando não há monopólios”, afirmou.
Para ilustrar os riscos, o economista fez uma analogia provocativa: “Imagine se Elon Musk pudesse cobrar de todos pelo uso do teorema de Pitágoras. O poder que seria dado a ele seria absurdo”, disse. “O monopólio é algo inacreditavelmente grande”, reforçou.
Ele também comparou o impacto das big techs ao uso de chumbo na gasolina — uma prática que perdurou por décadas, apesar de seus efeitos tóxicos, e só foi banida após causar a morte de centenas de milhares de pessoas por envenenamento. A analogia foi usada para mostrar que o custo social de permitir o funcionamento irrestrito dessas plataformas pode ser altíssimo e irreversível.