
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, defendeu políticas de segurança mais “repressivas” em complemento às ações de prevenção.
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Contudo, Dino prezou pelo equilíbrio da Polícia, haja vista episódios de violência contra a população mais pobre.
“Claro que políticas sociais são decisivas, a maior política é reduzir as desigualdades. Mas a repressão também tem o seu lugar. Precisamos superar essa polarização entre prevenção e repressão. Sem extremismo. Não é sair dando tiro, mas não é só política social”, ponderou.
Dino afirmou que a Suprema Corte tem julgado esses aspectos.
O ponto foi frisado em discurso do ministro durante o Fórum Municipal de Segurança, realizado, nesta sexta-feira, 7, em Fortaleza.
O evento foi promovido pela Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor).
Na ocasião, autoridades nacionais e especialistas debateram a segurança pública a nível nacional e municipal.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública refletiu que não se pode haver uma “polícia que sai dando tiro de qualquer jeito” e uma outra “de mãos atadas, que nada pode”.
Guarda Municipal
Outro ponto abordado por Dino foi a participação da Guarda Municipal como agentes de defesa a nível local.
“Nós estamos vendo uma movimentação no nosso país visando aprimorar o sistema de segurança com a elevação do papel das guardas municipais”, afirmou.
O ministro do STF apoiou a atuação da Guarda Municipal como “polícia de proximidade”.
Ainda, afirmou que não deve ser excluído a responsabilidade do Estado em proteger os cidadãos.
“Não exclui a ação do estado ou federal, mas em complemento. A atuação precisa ser definida no jurídico e creio que nessa ideia de fortalecer a ação das guardas”, afirmou Flávio Dino.
Porte de arma
A fala ocorreu em meio às divergência sobre as políticas de segurança em Fortaleza, evocadas pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT).
O gestor municipal afirmou, nesta terça-feira, 4, que irá armar 800 guardas municipais para reforçar combate ao crime na Capital.
“Agora, eu decidi armar toda a nossa Guarda para tornar a nossa cidade mais segura. Tudo isso porque o governo, que deveria trazer a solução do problema, é parte do problema e não solução”, afirmou, nas redes sociais.
Sarto afirmou que a decisão foi tomada após muitos “estudos” e “reflexões”.
De acordo com a Prefeitura, serão adquiridos 400 novas armas. Outros investimentos previstos são 99 novas viaturas e 57 motocicletas.
“Se o Governo do Estado não é capaz de fazer o mínimo, a Prefeitura vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance”, disparou Sarto.