
Professores das universidades federais do Ceará decidiram, nesta sexta-feira, 21, pela saída coletiva e mobilizada da greve.
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A decisão foi tomada após nova assembleia da categoria realizada simultaneamente em Fortaleza e outros 10 municípios.
Na votação, docentes reconheceram que as propostas do governo foram limitadas, pois não incluíram o reajuste salarial neste ano.
Contudo, o movimento avaliou que avanços ocorreram e suspenderam a paralisação.
“Houve conquistas para a categoria docente, especialmente no reconhecimento do setor da Educação como uma força social relevante e que precisa ser ouvida e considerada pelos governos”, pontou o sindicato, em nota.
O veredito impacta a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Federal do Cariri (UFCA) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
Ainda, segundo o sindicato cearense, o fim da greve está condicionado à assinatura do acordo com o governo federal.
A etapa deve ocorrer no início de julho. Somente após a assinatura, a paralisação será encerrada.
Em sequência, uma comissão será criada para reorganizar o calendário acadêmico de cada universidade federal.
A decisão será encaminhada ao Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-Sindicato Nacional.
A ANDES é o representante da categoria nas negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Saiba mais
No Ceará, a greve dos docentes federais completou dois meses no último dia 15 de junho.
Os professores reivindicam sobretudo a recomposição salarial até o fim da gestão atual.
A última proposta do Governo Federal prevê reajuste de 9% nos salários para 2025 e 5% para 2026.
Ainda, um dos questionamentos da categoria é que a proposta não apresenta nenhum reajuste este ano.
Os servidores pediam reajuste de 7,06% já em 2024, de 9% em janeiro de 2025, e de 5,16% para 2026.
Em contraponto, o governo ofereceu, neste ano, auxílio alimentação de R$ 1 mil – 150% acima ao oferecido no governo anterior.
A pressão do movimento grevista também suscitou na recomposição orçamentária das UFs de todo país.
O Ministério da Educação (MEC) anunciou R$ 400 milhões para o orçamento. A suplementação será de R$ 279 milhões somente para as universidades.
Além disso, o Governo Federal destinou R$ 778,9 milhões para expansão das instituições federais e hospitais universitários no Ceará.
Os recursos integram Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de obras públicas.