Para além dos números que pintam o novo retrato do Brasil, o censo do IBGE reacende a discussão sobre a relação direta entre o tamanho das cidades e a qualidade de vida de seus habitantes. É, no mínimo, polêmica a ideia de que lugarejos são melhores para se viver do que grandes centros urbanos.
É nestes últimos onde estão, na média, os melhores serviços – de todos os tipos. Do acesso ao tratamento de saúde de ponta à educação de qualidade; dos melhores empregos à culinária diversificada; do acesso à cultura e entretenimento à inovação etc etc etc.
O que acontece, na maioria dos casos, é uma cidade grande mal gerida, desigual, suja e violenta. Mas quem garante que estes e outros traumas não existam nos torrões perdidos no mapa? E por que não podem haver metrópoles que orgulhem seus munícipes?
O censo divulgado nos últimos dias, aliás, é um extraordinário banco de dados, onde a gestão pública e seus pretendentes a prefeito e vereador podem colher informações, para formatar projetos e programas de governo.
Não é à toa, inclusive, que a estratificação de pesquisas eleitorais – idade, sexo, renda e escolaridade -, tem o IBGE como fonte primária. Portanto, políticos, botem a cara nos números e comecem a pensar cidades melhores, independentemente do tamanho.