A semana começa com novos ares em Brasília. Não somente pela retomada das atividades parlamentares – suspensas na semana passada, para as festas juninas. Mas porque serão os primeiros dias úteis na Capital Federal sem a figura de Jair Bolsonaro (PL) no horizonte para 2026.
Há muitas apostas sendo feitas. Uma delas aponta para um bolsonarismo mais forte, alimentado pelo sentimento de suposta injustiça, praticada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Poucos acreditarão nesse tese. A política é pragmática. Sem o poder real, da caneta – e agora sem a perspectiva de voltar a sentar na cadeira de presidente da República –, Bolsonaro tem pouco ou quase nada a oferecer. A tendência é definhar.
A inelegibilidade do ex-presidente também mexerá com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem o principal adversário no páreo, o lulopetismo perderá sua principal referência antagônica, que poderia sustentar, como o fez, em 2022, o palanque ideológico para daqui a três anos.
Nas novas condições, o petista disputará um terceiro mandato? Terá idade e saúde para isso? Ou lançará um herdeiro? Quem será o dono do espólio? São questões colocadas à mesa, a partir de agora. E tudo isso dependendo do próprio governo.