Há certos aspectos na vida pública que, de tão necessários e previsíveis, chamam a atenção não pelo acontecimento em si, mas pelo espanto de ainda não terem virado realidade.
Foi mais ou menos nesse nível que chegou, ao noticiário, a informação de que o governador Elmano de Freitas (PT) vai receber o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), na manhã desta quarta-feira (2).
Será o primeiro encontro oficial de trabalho dos dois, desde que Elmano assumiu o mandato, há sete meses. O que deveria ser uma frequente agenda institucional virou o centro das atenções. O óbvio foi esquecido. O homem mordeu o cachorro.
O tête-à-tête ainda não tinha se dado, até aqui, por desalinhamento político. No bom português, por falta de interesse do Palácio da Abolição, segundo a versão, não contestada, do Paço Municipal.
Não foi, também e por óbvio, por falta de assuntos a serem tratados pelos dois chefes das maiores estruturas de poder executivo do Estado. Mas isso, por ora, é o de menos.
O encontro poderá ser, por assim dizer, um momento de trégua na briga política. A partir da reunião, os dois senhores, de cabelos brancos, poderão construir uma espécie de paz armada, através da qual poderá se abrir um corredor neutro, por onde poderão fluir demandas administrativas mútuas. Tudo, conforme dito, no condicional. A conferir.