Por Gerson Lopes Fonteles
Presto minha homenagem no Dia do Médico para o Dr. Jucá, que marcou época na medicina cearense, conhecido pelos colegas e pacientes como um dos mais brilhantes médicos do seu tempo.
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Nascido em Crateús-CE, em 2 de março de 1915, fio aluno do Colégio Cearense e do Liceu do Ceará, sendo aprovado no vestibular da Faculdade de Medicina da Bahia. Fez residência médica durante três anos no Hospital Miguel Couto no Rio de Janeiro. Regressou à terra natal em 1938, exercendo a clínica médica geral, com ênfase em Cardiologia e Nefrologia.
Era médico por vocação e clínico humanístico. Muito querido pelos seus pacientes, não lhes negava assistência, mesmo quando não podiam arcar com os custos da consulta. Como pesquisador, estudou o princípio ativo de uma planta nativa cujas propriedades vasodilatadoras contribuíam para a redução da pressão arterial. Ciente dos efeitos positivos da substância, recomendava o uso do chá para os hipertensos, mormente os desprovidos de recursos para aquisição de medicamentos caros.
Quando da fundação da Faculdade de Medicina do Ceará, foi indicado para lecionar na cadeira de Clínica Médica. Na busca de mais conhecimento foi para a América do Norte em 1943/44, onde se especializou em Cardiologia. Estagiou em famosos hospitais de Michigan e Chicago. Em Boston, foi discípulo do famoso professor da Harvard Medical School, Dr. Paul Dudlley White, M.D. com quem publicou artigos científicos.
Doutor Jucá é considerado por muitos dos seus contemporâneos como o fundador da Cardiologia no Ceará, tendo sido presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), de 1951-1952. Publicou dezenas de trabalhos científicos na área da cardiologia, com destaque em eletrocardiologia clínica de bloqueio, infarto pulmonar nas cardiopatias e hipertireoidismo e outras cardiopatias.
Dr. Antônio Jorge Queiroz Jucá, partiu prematuramente aos 50 anos, na cidade do Rio de Janeiro. Como o destino, com seus múltiplos labirintos, costuma pregar peças nos humanos, doutor Jucá é hoje meu estimado sogro, in memoriam, fato que muito me envaidece, pois tenho sua filha caçula, Ana Maria Montenegro Jucá, como minha esposa.