Para entender o impacto da eleição de Evandro Leitão (PT) para a Prefeitura de Fortaleza, é preciso voltar a 2022.
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Então aliados, PT e PDT controlavam o governo do Estado e a gestão da Capital.
Com o rompimento, veio o primeiro grande embate – vencido por petistas, com a vitória de Elmano de Freitas.
O crescimento da direita dobrou o desafio para o PT, cujo reinado passou a ser ameaçado não somente por ex-aliados.
Quando esses elementos são colocados na perspectiva do resultado de ontem, olhando para 2026, percebe-se a sensação de alívio nas odes petistas.
Provável candidato à reeleição, Elmano terá no futuro prefeito Evandro um aliado de primeiríssima hora, sob a liderança do ministro Camilo Santana.
Como aqui comentado várias vezes, ter a direita na Prefeitura, apoiada por outras forças políticas, seria uma grande incógnita para daqui a dois anos.
O resultado também reforça o prestígio de Camilo, agora maior líder político inconteste em atuação no Estado.
O ex-governador respondeu, nas urnas, a uma indagação que começou a ser feita, a partir dos resultados do primeiro turno, em importantes municípios do Interior do Estado.
Com 3ª derrota seguida, pedetistas perdem relevância
Ser político, o homem é a exata medida de suas escolhas. E elas têm um preço.
Em 2022, o então prestigiado ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), foi imposto candidato a governador. Perdeu.
Dois anos depois, o grupo foi derrotado com José Sarto (PDT), que sequer foi ao segundo turno de reeleição.
Agora, sofre a terceira derrota consecutiva. Tudo somado, significa que há tempos políticos difíceis no horizonte pedetista – ou para o que sobrar do partido.
Derrota não se explica. Aceita-se
São inúmeros os possíveis motivos para a derrota de André Fernandes (PL) para prefeito de Fortaleza.
Pode ter faltado infraestrutura de última hora, mais garra da militância, pode ter havido efeito contrário dos apoios, acusações de misoginia, outras polêmicas envolvendo o deputado federal e até mesmo atitudes criminosas de apoiadores, maltratando animais.
O fato é que, numa disputa com essa tensão e imprevisibilidade de resultado, erros mínimos podem ser fatais.
E foram. Mas isso é passado. Que fiquem as lições.
Transição
Ato contínuo ao resultado eleitoral, algumas comemorações e merecido descanso, o entorno do prefeito eleito, Evandro Leitão (PT), começará a pensar na transição.
Poderá ser um período tranquilo e civilizado, assim como pode ser áspero e agitado. Em regra, não tem por que ser improdutivo.
Há, inclusive, lei federal prevendo tal regramento.
Segue o tabu
Eis que Fortaleza segue o tabu de jamais ter eleito prefeito um deputado federal.
A exemplo de André Fernandes, alguns passaram perto.
Em paralelo, com a vitória, Evandro Leitão (PT) aumenta a lista de presidentes da Assembleia Legislativa que chegam ao Paço Municipal.
É o terceiro consecutivo – depois de Roberto Cláudio e José Sarto.