

Já está na mesa do presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Léo Couto (PSB), a proposta de extinção da Taxa do Lixo.
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Entregue pelo próprio prefeito da Cidade, Evandro Leitão (PT), o projeto deverá ser apreciado pelos vereadores em janeiro, durante o recesso parlamentar.
Votar antes do início da próxima legislatura, que começa em fevereiro, tem um charme político especial.
Quando candidato, Evandro não somente disse que iria acabar com a cobrança – afirmou que o faria em janeiro, como primeiro ato, caso eleito fosse.
Aqui começa a explicação de por que, mesmo com as contas da gestão apertadas, o novo prefeito de Fortaleza vai abrir mão de meio bilhão de reais.
Antes, os números. O governo da Capital estima em R$ 120 milhões/ano a arrecadação com o tributo implantado pelo então prefeito José Sarto (PDT).
Em quatro anos – duração do atual mandato -, o valor chega a estimados R$ 480 milhões. Aplicando-se a correção, estamos falando de algo em torno de R$ 500 milhões.
Cálculo político
Esse é o cálculo financeiro – o político começou há meses, ainda na pré-campanha.
À época, pesquisas qualitativas identificaram a Taxa do Lixo como uma pedra no pescoço do então candidato à reeleição.
Voltando à Taxa. Decisões como a de extingui-la são muito próprias de disputas eleitorais apertadas.
Quando mais o pleito acirrado, mais a criatividade da usina de propostas e promessas produzem pontos de ativação do eleitorado.
A rigor, houve dois cálculos: o primeiro, na campanha, ao enfatizar a promessa. Agora, o de custeá-la, sob pena de a gestão começar muito mal, politicamente falando.
Evandro não cumprir o que disse que faria entraria no nível do prejuízo incalculável.
No resumo, a administração Evandro começa, segundo ele mesmo, com R$ 3,2 bilhões em compromissos com empréstimos, feitos por Sarto, para serem honrados em quatro anos.
Agora, soma-se mais um passivo de 1/2 R$ bilhão, pelo não recolhimento da Taxa do Lixo.
E ainda terá de limpar a Cidade – outra importante promessa do hoje prefeito Evandro -, com dinheiro que sairá de outra rubrica.
Tudo considerado, a máxima de que toda campanha eleitoral começa na gestão e de que toda gestão começa na campanha nunca fez tanto sentido.