
Há quatro décadas, a redemocratização do país deu um passo decisivo, com a eleição do mineiro Tancredo Neves presidente da República pelo colégio eleitoral. De acordo com levantamento realizado pelos pesquisadores do Memorial Deputado Pontes Neto, da Assembleia Legislativa do Ceará (Malce) Isadora Nepomuceno e Sávio Batista, o colegiado de delegados era formado por senadores, deputados estaduais e federais de cada estado. O Ceará teve 31 delegados.
Siga o Poder News no Instagram.
Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, numa terça-feira, 15 de janeiro de 1985, recebendo 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. A votação entre os delegados cearenses marcou o placar de 17 a 14, respectivamente os votos em Tancredo Neves (PMDB) e Paulo Maluf (PDS).
“Tancredo é considerado o primeiro presidente após a ditadura, mas deve se ressaltar que ainda foi uma eleição indireta, com o apoio dos militares e que fazia parte de um processo de anistia que iria deixar todos os crimes cometidos na ditadura para trás de forma diferente ao que ocorreu em outros países onde houve uma ditadura, fator esse que reverbera até hoje”, explicam os pesquisadores.
Uma das missões do mandato do novo presidente era fazer uma transição completa da ditadura para a democracia. Essa transição só seria totalmente finalizada quando, em 1988, ocorreu a formação da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a atual Carta Magna. “Com a Constituição de 1988, o Brasil concluiu a transição de ditadura à democracia de agora, amparada por uma nova Constituição, já que enquanto essa não era concretizada, havia um receio de os militares voltarem ao poder”, acentuam os pesquisadores.