De forma reiterada, Alexandre de Moraes (STF) negou a liberação do passaporte de Jair Bolsonaro (PL), com o qual o ex-presidente embarcaria aos EUA.
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Nesta segunda (20), ocorre a posse de Donald Trump (R) como 47º ocupante do Salão Oval, na Casa Branca.
Seguidores do direitista brasileiro jogaram nas redes a tese boba de que a negativa de Moraes daria força à ideia de que Bolsonaro é um político perseguido.
Menos, por favor.
Como adendo, bolsonaristas dizem que o veto do ministro evitou, por algum ímpeto de empolgação, possíveis disenterias verbais por parte do indiciado na trama do golpe.
Pode fazer sentido.
Tudo de que Bolsonaro não precisa agora é atiçar os senhores das cadeiras caramelo.
Sem entrar no mérito nem nos motivos das decisões de Moraes, o que Bolsonaro iria fazer mesmo nos Estados Unidos?
Sem credenciais oficiais, iria, no máximo, trafegar como anônimo.
Na pior hipótese, dividiria uma pizza em alguma calçada de lanchonete de Washington, DC.
O protocolo da Casa Branca mal sabe para que lado do mapa-mundi fica o Brasil.
Político brasileiro mais seguido nas redes sociais – coisa de 25 milhões – o ex-presidente deveria focar no debate de 2026.
Inelegível, deveria ter mais presença em costuras sobre possíveis nomes para a sucessão do presidente Lula.
Seria uma forma de investir na estratégia dual homem / ideário.
Foi assim que Lula, preso, colocou Fernando Haddad no segundo turno, em 2018.
Ou seja: Bolsonaro e bolsonarismo são lados da mesma moeda, mas têm conceitos distintos.
Voltando à posse. Um grupo de bolsonaristas embarcou, rumo ao Capitólio, onde se dará o ato de posse.
Isso é irrelevante.
O que importa é a mensagem que poderá vir de lá para cá, depois que o magnata levantar a mão e fizer o juramento.
Ainda não se sabe o impacto de Trump 2 na política e economia globais – inclusive, no Brasil.
Mas já se vislumbra que como está não ficará.
O que isso poderá ativar na direita brasileira é incomparável às decisões de Moraes sobre o passaporte de Bolsonaro.
Bom sábado.