

Na política, tudo está conectado. Em tempos líquidos, de certezas voláteis, convicções vão se reconfigurando, apontando para novos contextos.
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É o caso do governo Lula, que já teve muito mais certeza de que seu ícone máximo disputará mais quatro anos de mandato, em 2026.
As últimas pesquisas de avaliação do governo seguem afastando dúvidas de que a desaprovação da atual gestão é pontual, de fácil reversão etc.
O governo se mexe, mas o resultado é incerto.
Nesta segunda-feira (24), mais do que um pronunciamento na TV, Lula deu a senha de quem poderá continuar o projeto: o ministro da Educação, Camilo Santana (PT).
Menina dos olhos do governo, o programa Pé-de-Meia foi o ponto alto da fala do presidente. A iniciativa é sucesso em todo o Brasil, numa área gabaritada pelo Ceará.
Setores do PT também citam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como parte do possível plano B do Planalto.
Muito difícil. Pelo menos enquanto perdurar o cenário de inflação, juros altos e crescimento econômico pífio. É um tripé político mortal.
Por último: Camilo se comunica muito melhor do que Haddad. É um diferencial competitivo nada desprezível.
Até esse pequeno grande detalhe conspira a favor de Camilo para 2026.
Viana mistura projeção plausível com realidade paralela

No Roda Viva (TV Cultura-SP) desta segunda-feira (24), o ex-governador do Amapá, Jorge Viana (PT), citou Haddad e Camilo como possibilidades para 2026.
“A gente tem o presidente Lula, nós temos o ministro Haddad, nós temos um Camilo e aí podíamos puxar algumas outras pessoas”, afirmou.
Outro ponto: Viana disse que o terceiro ano costuma ser o melhor. Mas Lula não vai bem em 2025.
Se esse ano é, segundo Viana, o melhor, e se fosse o pior?
Ou seja, Viana misturou projeção plausível com realidade paralela.
Idade e desaprovação
O discurso oficial no PT segue a linha de que o presidente Lula é pré-candidato à reeleição. A estratégia está correta.
O contrário seria admitir fraqueza política, com consequências imprevisíveis.
As conversas internas, entretanto – não mais tão reservadas -, mostram que a tese de outro nome vir a ser lançado não é mais segredo industrial.
A rigor, deixou de ser desde que o presidente começou a se aproximar da casa dos 80 anos de idade.
Mas ganhou força nos últimos meses, com os índices de desaprovação do presidente e seu governo.