A retirada do Mausoléu Castelo Branco do Palácio da Abolição gerou debates entre deputados estaduais durante a sessão plenária desta terça-feira, 5, da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
A remoção da estrutura arquitetônica foi anunciada no último dia 31 pelo chefe do Executivo estadual, Elmano de Freitas (PT).
O líder do Governo, Romeu Aldigueri (PDT) disse que o Mausoléu não deve ser um “memorial para quem acabou com eleições diretas, o pluripartidarismo” e “mandatos de deputados e senadores”, mas uma forma de lembrar os abolicionistas do Ceará.
“É apenas uma reparação histórica para colocar um memorial para abolionistas cearenses. Em nenhum momento aquela estrutura vai sair dali. Não tem a ver com direita, com esquerda, com eleição”, disse.
Por outro lado, o líder do União Brasil na Casa, deputado Sargento Reginauro, questionou a retirada, afirmando que, sim, se trata de uma decisão política.
“É um equipamento tombado e que o governador do Estado do Ceará de forma irresponsável vai a público e simplesmente diz: “vou tirar daqui” (…) Nós vamos criminalizar o fato de ser militar no governo petista?”, disse.
O parlamentar caracterizou o governo como “insípido, inodoro e incolor”, alegando que falta clareza na definição de sua marca e que as viagens frequentes a Brasília do governador não produziram resultados concretos.
Reginauro afirmou que considera a discussão uma “cortina de fumaça” para distrair a população de questões mais urgentes.
Outras críticas
O deputado Queiroz Filho (PDT) também comentou algo semelhando, dizendo que a discussão é um “revisionismo” histórico.
“Está tudo tranquilo com facção, não é? O estudante pode ir para qualquer escola sem problema de facção. Cirurgias estão todas realizadas, todas feitas. Até parece”, disse o deputado.
Segundo ele, caso se siga a mesma lógica do Mausoléu, outros pontos de Fortaleza também precisarão ter seus nomes modificados, como a Avenida Leste e Oeste, também denominada Presidente Castelo Branco.
Já a líder do PL, Dra. Silvana defendeu a permanência do Mausoléu no Abolição. A parlamentar afirmou em plenário que “o grande Castelo Branco não será apagado da história”.
“Essa Casa não pode ser desrespeitada. Dois requerimentos do deputado Renato Roseno foram recusados em memória ao grande Castelo Branco, um cearense. Se alguém discorda, fica na história”, disse.
Para ela o governador Elmano de Freitas estaria desrespeitando “a Casa do povo”.