
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 14,75% para 15% ao ano nesta quarta-feira (19), marcando o sétimo aumento consecutivo e o maior nível desde julho de 2006. A decisão contrariou a expectativa da maioria do mercado financeiro, que previa o fim do ciclo de altas. O objetivo do BC é conter a inflação, mesmo com sinais de desaceleração nos últimos meses — o IPCA de maio foi de 0,26%, com acumulado de 5,32% em 12 meses.
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O Copom justificou a decisão com base na resiliência da economia, com desemprego em baixa e consumo elevado, o que mantém pressões inflacionárias. A atividade econômica mundial aquecida também influenciou a decisão. A medida, aprovada por unanimidade, visa garantir a convergência da inflação à meta de 3% em 2025 (com teto de 4,5%), embora as projeções atuais ainda estejam acima desse limite.
O aumento da Selic encarece o crédito para consumidores e empresas, o que pode desacelerar o crescimento econômico e elevar o desemprego. Por outro lado, favorece investimentos em renda fixa, como o Tesouro Direto. O movimento acontece no mesmo dia em que o Federal Reserve manteve os juros dos Estados Unidos inalterados, reforçando o contraste entre as políticas monetárias dos dois países.