A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, disse hoje, 25, que o jornalismo tornou-se alvo constante da rede de ódio no Brasil por atuar na linha de frente contra a desinformação.
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A afirmação foi feita durante o seminário ‘Liberdade de Imprensa: Onde Estamos e para Onde Vamos’, na sede do CNJ em Brasília.
Weber citou dados do relatório Monitoramento de Ataques a Jornalistas no Brasil da Abraji [Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo].
Segundo apurado, em 2022 foram registrados 557 casos de agressões a jornalistas no Brasil. “145 envolvem violência de gênero contra mulheres jornalistas”, disse.
A ministra afirmou ainda que o otimismo inicial com o surgimento de um “estado público global de comunicação, por meio da internet”, deu lugar ao desalento ocasionado por agentes do ódio e da desinformação nesses espaços.
De acordo com Weber, esses grupos estariam determinados a manipular o pensamento individual e coletivo.
“De modo a desacreditar as instituições políticas, fomentar a discórdia, incitar a violência, instigar todas as formas de discriminação social”, afirmou.
Segundo ela, o sentido da proteção constitucional à liberdade de pensamento é o de garantir “não apenas o pensamento daqueles que pensam como nós, mas, igualmente, proteger o direito dos que sustentam ideias que muitas vezes odiamos, abominamos e até mesmo repudiamos”.
Nesse sentido, a ministra acrescentou que não existe uma teoria capaz de solucionar por si só a questão da desinformação.
“Não há resposta simples para enfrentar a escala, o alcance e a frequência da propagação de desinformação nas redes de comunicação, especialmente contra a imprensa e os agentes de verificação da veracidade de tais notícias”.