

Não. Não é perda de tempo debater o arrazoado que levou o ministro Alexandre de Moraes (STF) a decretar uma série de restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Os argumentos contra e a favor podem ser vistos como extensão de um Brasil rachado ao meio, político e juridicamente.
Pulemos essa parte. O mais relevante, a partir de agora, passa a ser o impacto disso tudo na fórmula multifatorial que comporá os cenários de 2026.
Recolhido por ordens médicas e judiciais, Bolsonaro, aos poucos, vai abrindo espaço para sucessores.
O vácuo será ocupado. Esse é o ponto.
A grande tendência é que o movimento de substituição, que já vinha sendo desenhado nos últimos meses, ganhe contornos mais nítidos.
Moraes, o juiz da partida, com a decisão desta sexta-feira, 18, ajuda a subir a placa de substituição para o ex-presidente.
Para lembrar: Bolsonaro está inelegível, é réu no STF, tem saúde debilitada e, agora, vive sob toque de recolher.
Não há no horizonte médio chances reais de pelo menos um desses quatro itens ser revertido.
Mas, se é assim que é, por que milhões defendem o ainda líder da direita no País? Simples.
A multidão o faz emocionalmente, por ilusão, apego e comoção. Já os líderes do entorno do mito querem se capitalizar.
Político é artista. Vai aonde o público eleitor está.
Erros do adversário
Há risco de vitimização de Bolsonaro, para o que está alertando os arautos palacianos de Brasília.
Lembremos que a decisão de Moraes é rodeada de polêmicas e os seguidores de Bolsonaro já demonstraram acreditar em muitas esquisitices.
Exceços e euforia governistas, nesse momento, seriam fatais, como estão sendo as atitudes da cúpula do bolsonarismo.
A trama do golpe e a briga do tarifaço de Trump, para ficarmos somente nestes dois graves exemplos, evidenciam que o lulopetismo joga no erro do adversário.
A direita também, vide confusão do Pix, fragilidade fiscal e outras cabeçadas do Planalto.
De lado a lado, todas as chances de sangrar o adversário estão sendo muito bem aproveitadas.
Bom sábado!