

Nunca na história desse país um recesso parlamentar foi tão eletrizante. Quem lida com cobertura política nem sentiu muita falta das às vezes modorrentas sessões plenárias.
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Aqui fora, os mundos político e econômico prenderam a respiração no final do prazo para a entrada em vigor do já histórico tarifaço de Donald Trump.
A diplomacia e a geopolítica não serão as mesmas daqui para frente.
As medidas têm o condão de mexer com processos políticos e eleitorais mundo afora.
No Brasil – país mais afetado pela insana política tarifária –, as sobretaxas e seu entorno prometem redesenhar o cenário para a corrida presidencial de 2026.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou agosto com tornozeleira eletrônica; o ministro do STF, Alexandre de Moraes (STF) é inimigo público número 1 dos Estados Unidos e o presidente Lula sai das cordas, vai para o centro do ringue e bate as luvas.
Ainda no ambiente tarifaço, o bolsonarismo deu um tiro de escopeta no pé e transformou Moraes em praticamente um herói nacional.
Tudo isso entra na agenda política do Congresso Nacional, legislativos estaduais Brasil afora – inclusive, na Assembleia Legislativa do Ceará –, com respingos nas Câmaras Municipais.
Este segundo semestre – o último antes do ano eleitoral de 2026 –, mais que promete debates duros e fortes emoções: já é uma realidade.
Uiraponga, a nova Hollywood da oposição no Ceará

Líderes do União Brasil cearense foram ao distrito de Uiraponga, em Morada Nova, município a 166 km de Fortaleza.
Fizerem muitas filmagens externas, tomaram depoimentos e gravaram imagens.
A comunidade ficou conhecida, nacionalmente, como “Cidade Fantasma”.
Motivo: facções criminosas expulsaram quase todos os moradores.
Os filmetes estão bombando nas redes. Criminalidade é, definitivamente, o prego no sapato do governo Elmano de Freitas (PT).
Sobre viaturas blindadas
De início, deixemos claro que a integridade física dos agentes da lei deve ser prioridade dos órgãos de segurança pública.
Está correta, portanto, a decisão do governo Elmano, quando anuncia que carros de polícia serão blindados.
Pode ser um diferencial no enfrentamento à criminalidade.
Fazemos a ressalva, porém, que é algo muito oneroso, numa área que já suga bilhões, num estado pobre como o Ceará.
Registre-se, também, que é uma mudança de postura. Em tempos não muito remotos, optava-se por vidros baixados, em sinal de proximidade da polícia com a comunidade.
Brics
É mais ou menos pacífica a leitura de que a crise do tarifaço, imposta por Trump, foi provocada pelo Brics – bloco que discute multilateralidade, a partir de nações em ascensão do Hemisfério Sul.
Se é ruim para os EUA deve ser bom para o Brasil. Um dos integrantes do bloco, a China vai ser a maior potência do mundo.
Outro membro, a Índia, é o país mais populoso do planeta.
Dólar
Também assusta os EUA a ideia de o dólar deixar de ser a moeda balizadora de conversão de capitais entre as economias do Brics.
Mais do que um símbolo, o dólar é a artéria aorta do coração da América.
Mas isso é uma questão de tempo – anos, talvez. Vai acontecer e será barulhento.
Quem disse que o Reino Unido passou por isso, passivamente, com a libra esterlina?
Plano Diretor de Fortaleza

O Plano Diretor da Cidade de Fortaleza deveria ter sido atualizado em 2019 – há seis anos, portanto. Nesse intervalo, os espaços urbanos foram alterados, profundamente.
A atividade econômica, sobretudo, ditou rumos, estabeleceu novas fronteiras com o meio ambiente e determinou, a seu modo e interesse, que caminhos segue a Capital do Ceará.
Novos equipamentos, públicos e privados, compõem a cena fortalezense.
A criminalidade passou a ator cada vez relevante, desvalorizando territórios.
Fortaleza tem ilhas de riquezas e bolsões de miséria.
Para onde a Cidade caminha?
Sem um Plano Diretor, muitos têm palpites, mas ninguém sabe, ao certo, para onde.
A gestão Evandro Leitão (PT) promete atualizá-lo. Tomara.