
Em resposta à guerra tarifária iniciada pelo governo Trump, o Brasil busca acelerar novos acordos comerciais e reativar negociações antigas para diversificar seus parceiros e compensar eventuais perdas no mercado dos Estados Unidos.
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Um dos planos do governo Lula é anunciar, no fim de agosto, o relançamento das negociações do acordo entre Mercosul e Canadá, durante visita do ministro canadense de Comércio, Maninder Sidhu, a Brasília. A confirmação depende de consultas aos sócios do Mercosul — Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia — e a expectativa é retomar as conversas ainda no segundo semestre, durante a presidência rotativa do Brasil no bloco.
As negociações estão paradas desde 2021, afetadas pela pandemia e pelas diferenças ideológicas entre os governos anteriores do Brasil e do Canadá. A chegada de Trump reforçou, em ambos os países, a necessidade de diversificação de parceiros comerciais.
Segundo Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, a visita do ministro canadense será oportunidade para avanços em segurança alimentar, acesso a mercados e investimentos sustentáveis, áreas alinhadas com princípios comuns entre Canadá e Mercosul.
Gustavo Ribeiro, da ApexBrasil, destaca o Canadá como mercado promissor para o Brasil, com consumidores similares aos dos EUA e alinhamento em energia limpa, além do potencial para ampliar a importação de insumos como adubo.
Estima-se que o acordo Mercosul-Canadá gere um impacto positivo de R$ 4,14 bilhões no PIB e R$ 1,39 bilhão em investimentos até 2041, além de movimentar importações e exportações.
O governo prevê que as negociações durem mais de um ano, com consenso sobre a urgência em reposicionar os países no comércio global.
Além disso, Lula busca maior integração com o México, que enfrenta sobretaxas dos EUA, e anunciou que o vice-presidente Geraldo Alckmin visitará o país em agosto para tratar de sustentabilidade, inovação e investimentos.