
A Corte de Apelação de Roma decidiu que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) deve permanecer presa em regime fechado enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil. A decisão foi comunicada nesta quinta-feira, 28, aos advogados da parlamentar.
Na audiência de quarta, 27, três juízes analisaram a perícia médica feita a pedido do tribunal, destinada a avaliar se o estado de saúde de Zambelli permite a permanência no cárcere.
O laudo apontou doenças, quadro depressivo e greve de fome, mas concluiu que não há impedimento para que ela siga presa no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, onde está desde julho.
“Suas necessidades terapêuticas podem ser todas atendidas dentro da estrutura de detenção”, diz o documento.
Além da avaliação médica, os juízes ressaltaram o risco de nova fuga como motivo para manter a prisão. A decisão contraria o pedido da defesa, que solicitava prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica sob o argumento de que as condições de saúde da congressista eram incompatíveis com a detenção.
Com essa etapa superada, o processo de extradição poderá avançar. Nas próximas semanas, o Ministério Público de Roma apresentará relatório sobre o caso, e a Corte de Apelação — equivalente à primeira instância — marcará audiência para decidir se existem requisitos para o envio de Zambelli ao Brasil. Especialistas estimam que o trâmite leve entre um e dois anos, mas a prisão pode acelerar o processo. O advogado italiano Alessandro Gentiloni, que representa o Brasil, acredita que uma decisão inicial pode sair até o fim de outubro.