
A Câmara Municipal de Fortaleza realizou uma audiência pública para debater a realidade e os desafios das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e das famílias atípicas.
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Ocasião ocorreu na tarde desta terça-feira, 7, no auditório Ademar Arruda.
A proposta, de autoria do vereador Gabriel Aguiar (PSOL), discutiu as políticas públicas nas áreas da educação e da saúde voltadas para autistas.
O vereador afirmou que o debate busca encaminhamentos efetivos para as demandas apresentadas pelo Movimento de Mães Atípicas na Luta.
“Hoje a gente foca na educação e na saúde. Na Lei, a gente tem uma série de direitos garantidos, mas, quando vai para a prática, para a execução da política pública, a maioria não é cumprida”, afirmou.
Segundo ele, o intuito é reforçar a responsabilidade e o dever do Poder Público Municipal de abraçar as famílias atípicas do transtorno do espectro autista, “para que deem encaminhamento a essas políticas públicas”.
Arline Nobre, mãe atípica, falou sobre os desafios no dia a dia no acesso as políticas públicas, com destaque para a inclusão na educação e no atendimento especializado pelo SUS.
“Meus dois filhos estudam em escola pública e fazem acompanhamento pelo SUS, e sei quanto é difícil acessar os direitos dos meus filhos. Consegui um profissional de apoio via Ministério Público. Filas de espera intermináveis e inacessíveis”, afirmou.
Coordenação
Já a coordenadora de Diversidade e Inclusão da Secretaria Municipal de Educação, Francisca Mônica, expôs o panorama dos estudantes da Rede Municipal de Ensino, portadores de deficiência e diagnosticados com TEA.
Segundo ela, existem treze mil e oitocentos estudantes com deficiência na rede municipal de ensino. Desse total, setenta por cento é correspondente a Transtorno do Espectro Autista.
“Como política para fortalecer a inclusão desses estudantes, além da matrícula, que a gente assegura, antecipada, como prioridade, eles têm acesso ao atendimento educacional especializado”, disse.
Ela prosseguiu afirmando que hoje, existem trezentos e cinco salas de recurso multifuncional, que funcionam nas escolas para dar um suporte a mais, porque eles têm necessidades específicas e elas precisam ser atendidas.
“Além disso, a Rede disponibiliza, também, um profissional de inclusão. Estamos em permanente interlocução com a Câmara, com os conselhos tutelares. Como mãe atípica, conheço esse lugar. É um lugar que a gente sabe que é de muita luta, pra que esses direitos, de fato, sejam aceitos”, ressaltou a Coordenadora.