O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, neste domingo, 21, uma política unificada dos países amazônicos.
Em agosto, será realizada, em Belém, a Cúpula da Amazônia, evento que reunirá os chefes de Estado dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Para Lula, é preciso uma política séria, que envolva também os povos indígenas, para evitar o desmatamento na região e, ao mesmo tempo, garanta a sobrevivência das 28 milhões de pessoas que lá vivem.
“Eles têm direito de viver, de trabalhar, de comer, de ter acesso a bens materiais que todos nós queremos. E, por isso, precisam explorar não desmatando”, declarou o presidente.
Lula explicou sobre explorar a riqueza da biodiversidade para extrair a possibilidade de desenvolver uma indústria de fármacos, de cosméticos, por exemplo, para gerar empregos limpos.
“Não queremos transformar a Amazônia em um santuário da humanidade”, acrescentou o presidente durante conversa com jornalistas em Hiroshima, no Japão.
No país asiático, Lula participou do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7, reunião de líderes de sete das maiores economias do mundo: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
O presidente cobrou que os países ricos cumpram os compromissos assumidos no âmbito internacional, como a doação de US$ 100 bilhões ao ano para que países em desenvolvimento preservem suas florestas.
“Em todas as COPs (Conferências do Clima das Nações Unidas) as pessoas falam que vão doar US$ 100 bilhões. Nós estamos aguardando”, alegou Lula.
As cúpulas do G7 costumam contar com a presença de países convidados.
Nesta edição, além do Brasil, foram convidados Austrália, Coreia do Sul, Vietnã, India, Indonésia, Comores e Ilhas Cook.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também esteve em Hiroshima e participou da sessão de debates que teve o tema “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”.
Desde a última sexta-feira, 19, no país asiático, o presidente também teve uma extensa agenda de encontros bilaterais, com reuniões com 11 chefes de governo e de entidades.