Estamos em plena janela partidária – uma concessão legal que serve para tão somente legitimar a incoerência política, projetos pessoais e a acomodação de interesses a curto prazo.
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Isso, em nível municipal, em que vereadores que disputarão mais quatro anos de mandato fazem cálculos para definir o melhor lugar para onde ir, em termos partidários.
O cenário não é muito diferente na pré-corrida majoritária. Novatos e veteranos aproximam-se de adversários ou se afastam de aliados de olho num bom acordo.
Costuma-se dizer, inclusive na crônica analítica do jogo do poder, que essa dinâmica é natural, já que seria essa a expressão do pragmatismo da realpolitik.
É e não é. Se a política é um organismo vivo, por onde se aglutinam demandas da sociedade em torno de objetivos coletivos, esta deveria ser a prioridade.
Onde estão, por exemplo, algumas ideias que vereadores – ou os que pretendem ser -, têm para melhorar a conexão de câmaras municipais com os anseios da comunidade?
Quando os prefeituráveis irão começar o ciclo político-eleitoral pelo debate sobre o presente e o futuro de municípios que pretendem gerir?
Esse deveria ser o ponto inicial. A partir daí poderiam ser afuniladas discussões, até se chegar a um nome ou nomes que representassem o projeto.
Isso vale para grandes metrópoles, a exemplo de Fortaleza, e pequenos municípios perdidos no mapa. É somente uma questão de escala.
Pesquisas substituíram debate
Você já notou que debater cidades, nas últimas campanhas eleitorais, virou algo modorrento?
Em grande parte, se deve a receitas de bolo geradas a partir de pesquisas encomendadas por grupos políticos.
O entrevistador entra em campo e volta com três ou quatro problemas mais percebidos pela população votante.
Equipes processam os dados, fazem recheios com uma boa narrativa e pronto: tempos um programa de governo. Todos muito parecidos, inclusive.