
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Samuel Elânio, considerou “inadequada” a declaração que concedeu à imprensa, na última quarta-feira, 22, sobre a taxa de homicídios no estado.
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À época, o chefe da Segurança afirmou que o número de homicídios neste ano está “razoável”.
“Mas comparado com todo o período, um período bem maior do que esse, nós ainda estamos com um número razoável. Mas sabemos que devemos melhorar e vamos melhorar”, afirmou o delegado.
A declaração repercutiu negativamente dentro da esfera pública e política.
A retratação, então, foi enviada, nesta sexta-feira, 24, por meio de artigo de opinião publicado no jornal O POVO.
“Durante um evento no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), manifestei essa preocupação a jornalistas e utilizei um termo que não condiz com o que penso e foi inadequado naquele momento. Sei que nossos indicadores são desafiadores”, escreveu Elânio.
Segundo relatório da SSPDS, o Ceará registrou uma escalada de homicídios nos últimos cinco anos. No total, foram 4.039 homicídios.
No primeiro trimestre deste ano, houve 819 homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
Foram 37,25 assassinatos por 100 mil habitantes — segunda maior taxa do País.
Ainda, o secretário pondera que o tema vem sendo tratado com irresponsabilidade e “politicagem com fins eleitoreiros”.
O secretário chega a citar o prefeito da capital, José Sarto (PDT), pré-candidato em busca da reeleição.
Críticas
A fala do secretário de Segurança Pública ecoou negativamente entre políticos, sobretudo de oposição ao atual governador, Elmano de Freitas (PT).
Nas redes sociais, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), que busca a reeleição, considerou o posicionamento “absurdo e inacreditável” e subiu o tom contra Elmano.
“Enquanto isso, o governo do PT deixa o câncer das facções tomarem conta do nosso Estado e da nossa cidade”, criticou.
A fala foi acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal, o vereador Gardel Rolim (PDT).
O pedetista exigiu publicamente a demissão do chefe de Segurança Pública do Estado.
“Esse governo precisa agir com seriedade! Exigimos a demissão imediata desse secretário que ignora a realidade das ruas!”, protestou.
Outro postulante à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil) também reprovou a fala do secretário.
Para contrapor, o pré-candidato citou os casos recentes de crimes violentos, como o assassinato no Instituto José Frota (IJF).
“O secretário acha razoável pessoas arrancando a cabeça, extraindo o coração das vítimas, policiais sendo caçados e mortos. Definitivamente ninguém na cúpula do Governo se coloca na pele das famílias que perderam seus entes queridos”, refletiu.