A intenção – ainda não é oficial -, do presidente Lula de não ir à posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, deveria ser repensada.
Siga o Poder News no Instagram.
Segundo o assessor internacional Celso Amorim, um representante do governo federal vai à cerimônia, marcada para o próximo dia 10.
O petista teria ficado, digamos, chateado por ter sido chamado, pelo argentino, de “ladrão”, “corrupto” e “comunista”.
Em verdade, é uma situação absolutamente grosseira, institucionalmente falando, por um lado, e constrangedora, por outro.
Mesmo assim, Lula deveria ir e exercer o papel de liderença que tem na região.
Sem entrar no mérito da biografia ou governos – inclusive, o atual -, Lula é chefe de governo e de Estado da república mais relevante da América Latina.
A política sempre ofererce, para alguns, a chance de ser mais elevado do que os desafetos. Essa pode ser uma delas.
Já foi uma clara demonstração de insatisfação, de Lula, quando comentou o resultado eleitoral do último domingo, sem citar Milei.
Entende-se. Além das ofensas pessoais ao brasileiro, o resultado em si foi amargo para o lulopetismo.
Por aqui, havia torcidas organizadas para o peronista Sergio Massa.
Mas a eleição passou. Há uma extensa e urgente pauta de interesse bilateral entre Brasil e Argentina.
O Mercosul precisa ser reestruturado; a China avança sobre a América do Sul; Lula sinaliza Argentina nos Brics.
Não é hora de remoer derrotas, fazer beicinho nem se equiparar a Bolsonaro, que largou o mandato, para não passar a faixa a Lula.
Lula não ir à posse de Milei é um péssimo início de relação – que promete ser bem animada.
Ao que muito indica, daqui para lá e de lá para cá não faltarão provocações e comparações, dados os estilos políticos muito diferentes entre os dois governos.
Mas haverá tempo para isso. Para que essa pressa de o clima azedo começar já no dia 10?