O autoconhecimento e o autocuidado são ferramentas poderosas para a promoção da saúde mental. Nessa perspectiva, o Comitê de Prevenção e Combate à Violência (CPCV) da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), em parceria com o Movimento Saúde Mental, proporcionou, nesta quinta-feira, 29, uma experiência enriquecedora para 45 estudantes do 1º ano da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Darcy Ribeiro.
Os alunos tiveram a oportunidade de participar de atividades integrativas na Palhoça Comunitária Ignacio Martín-Baró, um espaço mantido pelo Movimento.
Joaquim Araújo, articulador comunitário do CPCV, explica que essa iniciativa é uma estratégia de prevenção à violência.
“O contexto escolar não tem mergulhado na realidade subjetiva dos adolescentes, e precisamos ter um olhar sensível às demandas que eles e elas apresentam durante a rotina, principalmente daquelas de ordem socioemocional. Essa oportunidade é uma forma de reiterar a atenção pessoal e também uma forma de integrá-los como turma”, disse Joaquim
Durante o evento, foram realizadas dinâmicas de meditação, reiki e lava-pés, que visam promover o autoconhecimento, o autocuidado e trabalhar a respiração e a meditação. Ivan Nogueira, coordenador de Práticas Integrativas de Cuidados do Movimento de Saúde Mental, destaca que essas práticas complementares ajudam no cuidado da saúde mental, especialmente considerando a resistência ainda existente entre os jovens.
Josiel Oliveira, aluno de 15 anos, resume a experiência em uma palavra: libertação.
“Abri mão de alguns estresses que eu carregava comigo, alguns fantasmas do meu passado que me assombravam. Essa atividade trouxe uma paz que eu não esperava sentir e não sentia há um tempo, agora, sei quais as ferramentas possíveis para amenizar as posturas agressivas que costumava ter”, conta o estudante
A compreensão da individualidade dos alunos e dos contextos em que vivem faz parte da rotina escolar da EEEP Darcy Ribeiro. Karlena Unias, coordenadora da escola, explica que, alguns meses atrás, um grupo de alunos da turma do 1º ano de Desenho da Construção Civil procurou a gestão com diversas demandas pessoais.
“Eram queixas diversas, e os conflitos iam se ampliando. Diante disso, vimos a necessidade de trazer uma atividade diferenciada para a turma, para que eles pudessem compreender esses conflitos e as demandas emocionais que possam surgir”, explica Karlena
Sarah Menezes, articuladora comunitária do CPCV, reitera a importância da atividade, principalmente para o fortalecimento do cuidado e da atenção à saúde mental da juventude periférica.
“A violência atravessa os corpos dos jovens que residem nas periferias, e esse é um momento de eles se conectarem e usufruírem de metodologias que, por vezes, são negadas. O adoecimento emocional é uma realidade mais do que presente nas periferias do Ceará, e precisamos fornecer ferramentas para o combate e a prevenção”, afirma Sarah