A Assembleia Legislativa do Ceará realizou uma a Audiência Pública voltada para o resgate da memória histórica de Bárbara de Alencar, primeira mulher presa política do Brasil.
A iniciativa partiu do deputado De Assis Diniz (PT), em articulação com o Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf) e a Fundação Sintaf,
O evento reuniu parlamentares, pesquisadores, alunos, artistas e sindicalistas, no ideal de valorizar a figura histórica e valores que representa a heroína nacional.
Entre os encaminhamentos, estão a construção do memorial Bárbara de Alencar no Crato e em Itaguá, distrito de Campos Sales.
Além disso, foi proposta a construção de estátuas e de uma rota turística ligando Exu, Crato, Campos Sales e Fortaleza, denominada “Os caminhos de Bárbara” ou “Circuito revolucionário Bárbara de Alencar”.
Também foi evidenciada a intenção de reconstruir a face verdadeira de Bárbara de Alencar, a partir de pesquisas históricas, bem como a sua casa.
Por fim, será instituído o 28 de agosto como o dia de Bárbara de Alencar, data que marca o seu falecimento.
Sobre a homenageada
Nascida em Exu, Pernambuco, no ano de 1760, Bárbara foi parar no Crato ao se casar com o comerciante português José Gonçalves dos Santos.
O casamento aconteceu às escondidas, quando ela tinha 22 anos de idade e o noivo era 30 anos mais velho.
No interior do Ceará, passou a administrar os negócios da família, cuidando da produção do engenho no Sítio do Pau Seco, mesmo que naquele período a atividade fosse considerado “coisa de homem”.
Ainda jovem, Bárbara ficou viúva e matriculou os filhos no Seminário de Olinda. Aliás, um deles era José Martiniano de Alencar, o pai de José de Alencar.
Em 1827, aos 57 anos, de idade Bárbara de Alencar foi encarcerada por ter declarado a independência de uma pequena vila na capitania do Ceará de Portugal. Assim, o Crato se tornou uma república por oito dias.
Após o acontecimento, ela ficou presa por mais de três anos.