Lula defende proposta que não afete gerência das Forças de Segurança / Reprodução/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira, 2, uma maior participação do governo federal na segurança pública.

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“Eu estou favorável que a gente tenha mais Polícia Federal, que a gente possa participar mais do processo de segurança, sobretudo no combate ao crime organizado, ao narcotráfico, às facções, porque hoje tomou conta do Brasil. Então, é uma coisa mais delicada, e eu acho que os estados sozinhos não dão conta”, disse à Rádio Sociedade, em Salvador (BA).

Atualmente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, articula proposta para incluir o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) na Constituição.

Lula avaliou, entretanto, que o texto deve enfrentar a resistência de governadores diante a autonomia dos responsáveis pelas polícias civil e militar.

“A gente vai enfrentar a recusa de muitos governadores porque muitos reclamam da segurança pública, mas não querem abrir mão do controle das polícias”, avalia.

Reunião
Nos próximos dias, o presidente vai se reunir com Lewandowski e oito ministros que já foram governadores para construir um plano integrado para a Segurança Pública.

Um dos participantes é o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), que já governou o Ceará entre 2014 a 2022.

O conteúdo deve se tornar proposta de emenda à Constituição (PEC) a ser analisada no Congresso.

Segundo Lula, o texto deve definir o papel de cada ente nas políticas de segurança.

“Quem foi governador sabe, é muito difícil cuidar da segurança pública e, muitas vezes, os coronéis que mandam na Polícia Militar não obedecem orientação do governador, muitas vezes têm agressividade desnecessária, então nós precisamos repensar”, disse.

Na última passagem a Fortaleza, no final de junho, Lula chegou a debater a problemática da segurança pública com governantes do Nordeste.

Saiba mais
O Sistema Único de Segurança Pública foi criado em 2018 por lei ordinária e, a partir da legislação, a União passou a destinar recursos para apoiar ações de segurança pública nos estados e municípios.

O ministro Ricardo Lewandowski defende constitucionalização desse sistema para integrar os trabalhos dos diferentes órgãos da Segurança.

O planejamento nacional deve incluir, ainda, a gestão dos presídios.

*Com informações da Agência Brasil.