Giovanni Cesar, advogado especialista em Direito do Trabalho/Divulgação

A inteligência artificial (IA) está mudando rapidamente o ambiente de trabalho. O advogado especialista em Direito do Trabalho, Giovanni Cesar, explica os benefícios e desafios dessa tecnologia nas relações de trabalho

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“A Inteligência Artificial é uma tendência que não pode ser revertida ou ignorada. Ela traz benefícios para os trabalhadores ao eliminar tarefas repetitivas e permitir que se concentrem em atividades mais complexas. A questão crucial é como a empresa vai qualificar e treinar estes trabalhadores para utilizar a IA”, destaca.

Estima-se que cerca de 40% de todas as horas de trabalho podem ser afetadas por modelos de linguagem de IA, como o ChatGPT-4, segundo a Accenture.

Esta transformação pode criar 97 milhões de novos empregos até 2025, especialmente em áreas que exigem habilidades específicas em IA e aprendizado de máquina, de acordo com o World Economic Forum (WEF).

No entanto, a IA também pode substituir até 800 milhões de empregos até 2030, particularmente em setores como o de processamento de dados, onde até 65% das tarefas podem ser automatizadas até 2027, conforme relatado pela PwC e o WEF.

A criação de novos empregos e a substituição de outros geram dúvidas e preocupações entre os trabalhadores. Mas o profissional afirma:

“A empresa que possui o software e comanda aquela Inteligência Artificial é responsável pelas decisões tomadas por ela. Por exemplo, se um algoritmo de um aplicativo de navegação orienta uma pessoa a seguir por um local perigoso e ela é assaltada, a organização pode ser responsabilizada. Um caso notório envolveu uma empresa que usou IA para contratar funcionários. Mas descobriu-se que o sistema estava discriminando candidatos. Nestes casos, a corporação que adquiriu é responsável pelas decisões corretas ou incorretas tomadas pela IA”, complementa.