Relatórios de auditoria elaborados pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontam distorções contábeis de R$ 202 bilhões em 2022, último ano de Bolsonaro no poder.
Essas deformidades estão presentes em cinco ministérios, sendo eles: Educação, Agricultura, Saúde, Cidadania e Infraestrutura.
Os documentos foram publicados em abril deste ano, mas só noticiados nesta quarta-feira, 19.
Conforme os relatórios, o Ministério da Agricultura registrou inconsistências de R$ 142,9 bilhões, a maior parte no já extinto Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
No Ministério da Educação (MEC), as falhas são de R$ 17,1 bilhões e, segundo auditores da CGU, “não refletem a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos de caixa” da pasta.
Também foram encontradas irregularidades no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), R$ 782 milhões e no pagamentos de bolsas no exterior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
No Ministério da Saúde, foram identificadas falhas de R$ 15,9 bilhões nos controles internos de pagamento de despesas, na gestão de controle de medicamentos e perda de estoques.
Na Cidadania, o montante foi de R$ 6,3 bilhões e inclui falhas em controles de pagamento aos beneficiários dos programas Auxílio Brasil e Auxílio Gás.
Houve falhas de estornos, benefícios não sacados, além de autorizações a famílias que não se enquadraram no perfil para receber o benefício e erros no cálculo de valores a pagar.
Por fim, no antigo Ministério da Infraestrutura, apareceram falhas de R$ 20,3 bilhões, que incluem registros equivocados nas contas de créditos a receber envolvendo concessões de aeroportos.
Após a descoberta, a Controladoria-Geral da União recomendou aos ministérios o aprimoramento dos controles internos para correção das distorções.