O número de ataques a jornalistas caiu significativamente no Brasil em 2023. É o que aponta relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), publicado na quinta-feira, 25. Foram 181 casos contra 376 registrados em 2022 – uma queda de 51,86%.
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Segundo a Fenaj, a queda é resultado da diminuição de episódios de descredibilização e censura. No entanto, o número de casos de violência contra jornalistas ainda é alto no país.
A federação apontou o crescimento de 92,31% das ações judiciais para cercear à liberdade de imprensa. Ainda, ataques contra sindicatos e sindicalistas aumentaram 266,67% de um ano para outro.
O ano de 2023 também somou 42 casos de hostilizações e 67 casos de agressões verbais e ataques virtuais a jornalistas.
Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram os estados brasileiros que mais registraram casos de violência contra jornalistas.
No ranking de principais agressores, estão políticos, assessores, parentes e manifestantes de extrema-direita. A maioria das agressões aconteceram na televisão e mídia digital. Quanto ao recorte de gênero, os alvos foram, em sua maioria, jornalistas do gênero masculino.
Para Samira de Castro, dirigente da Fenaj, o relatório não levou em consideração o assédio sexual e moral explícito que muitas mulheres sofrem durante o exercício profissional.
“Há assédios que fazem com que a jornalista não divulgue alguma informação. Esses casos estão no relatório. E é preciso considerar também a subnotificação. Muitas mulheres jornalistas, às vezes, sequer percebem que foram vítimas de violência quando são, por exemplo, desqualificadas no exercício do trabalho”, explica.
O Brasil é um dos países de maior insegurança para a prática do jornalismo. Samira de Castro aponta que é preciso manter a vigilância. “Podemos comemorar a queda nos números da violência, em 2023. Mas temos de continuar em alerta e mobilizados, porque as cifras continuam muito elevadas”, comenta.