
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta segunda-feira, 25, resolução para um cessar-fogo imediato e temporário na Faixa de Gaza.
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O cessar-fogo deve durar os dias que restam do Ramadã, que é o período do ano sagrado para os muçulmanos, que termina no próximo dia 9 de abril.
Ou seja, se contabilizado a partir da aprovação, são exigidos 15 dias de trégua entre os combatentes na Faixa de Gaza.
A resolução aprovada foi articulada pelos dez membros não permanentes do Conselho, que não tem direito ao veto.
São eles Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça.
O texto foi aprovado com 14 votos favoráveis, nenhum contrário e uma abstenção.
O representante da Argélia, Amar Bendjama, comemorou o resultado, ressaltando que finalmente o Conselho de Segurança assumiu sua responsabilidade de promover a paz internacional.
O representante da França no Conselho, Nicolas de Rivière, afirmou o país vai trabalhar para um cessar-fogo permanente após o fim do Ramadã.
EUA
Os Estados Unidos (EUA) se abstiveram de votar acerca da medida e ainda vetaram emenda da Rússia que propunha cessar-fogo imediato.
Segundo embaixadora estadunidense, Linda Thomas-Greenfield, o país rejeitou a resolução porque, no texto, não havia condenação ao Hamas.
Além disso, a diplomata reforçou que um cessar-fogo deve estar condicionado à liberação dos israelenses, reféns desde o dia 7 de outubro.
O país chegou a enviar anteriormente uma resolução que condicionava o cessar-fogo à libertação dos reféns.
“Qualquer cessar-fogo que tenha esse conflito, passa pela liberação dos reféns”, destacou Linda.
No entanto, proposta foi vetada, nesta sexta-feira, 22, pela China e Rússia, dois dos membros permanentes do Conselho de Segurança
De acordo com os representantes dos dois países, o texto apresentado pelos EUA era dúbio e não determinava o fim das hostilidades de forma imediata.
“O projeto atual é inequívoco. Dá instruções e demanda um cessar-fogo imediato sem condicionantes, enquanto o anterior fixava condições prévias ao cessar-fogo” destacou o representante da China, Lin Jian.
Palestina e Israel
O representante da Palestina na ONU, Ryiad Mansour, agradeceu aos países que construíram a resolução e pediu que todos se unam para que a decisão seja cumprida.
“Dois milhões de deslocados, centos de milhares de palestinos mortos e mutilados e uma fome para que o Conselho vote um cessar-fogo imediato”, lamentou o embaixador.
Por sua vez, o representante de Israel na ONU, Gilad Erdan, criticou a resolução aprovada, o qual, segundo ele, é “vergonhosa”.
“A exigência do cessar-fogo sem estar condiciona à liberação de reféns, não só não ajuda, como prejudica os esforços para libertação de reféns. Isso porque dá esperança aos terroristas do Hamas de conseguir o cessar-fogo sem a liberação dos reféns. Todos os membros do Conselho deveriam votar contra essa resolução vergonhosa”, argumentou.
*Com informações da Agência Brasil.