
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que está “em via de conclusão” a investigação sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa golpe de Estado após derrota na eleições de 2022.
Siga o Poder News no Instagram.
A informação consta em parecer da PGR enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal (PF) ouviu os principais investigados e analisou os documentos e dispositivos apreendidos na Operação Tempus Veritatis.
A ação foi deflagrada no início de fevereiro.
“Os depoimentos dos principais alvos foram colhidos e a investigação encontra-se em via de conclusão, o que reduz a possibilidade de interferências indevidas na persecução penal”, diz a PGR.
Com isso, o caso caminha para o desfecho.
O próximo passo é a apresentação do relatório final da investigação.
Após esta etapa, a PGR decidirá se oferece denúncia contra os indiciados pela PF.
A Procuradoria também pode pedir diligências complementares, se considerar necessário.
Delação
O inquérito que apura tentativa de golpe foi aberto a partir de informações prestadas pelo tenente-coronel Mauro Cid.
O militar é ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e fechou, em setembro do ano passado, acordo de colaboração premiada com a Justiça.
Envolvimento
Até o momento, há dois indícios que implicam Bolsonaro.
O primeiro é um áudio enviado por Cid que sugere que o ex-presidente ajudou a redigir e editar uma minuta de golpe.
O segundo é o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército.
Marco Antônio atribui a Bolsonaro a articulação de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir o uso de aparatos como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ao processo eleitoral.
O ex-presidente foi intimado a depor, mas ficou em silêncio.
Outros 15 suspeitos foram intimados a participar de audiências, porém decidiram ficar calados.
Investigadores apontam que o plano golpista foi discutido por aliados do ex-presidente, dentre eles o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Outra suspeita é de que o grupo usou prerrogativas de seus cargos para monitorar autoridades, como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Um dos suspeitos, o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi solto nesta quinta-feira, 16.
Moraes determinou a soltura provisória.
Como substituição à prisão, Câmara terá de usar tornozeleira eletrônica e comparecer semanalmente em juízo.
O coronel também está proibido de se ausentar do Distrito Federal.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.