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Uma peraltice da análise política diz que não existe nem rua nem escola com nome de suplente, ex ou vice. Verdade.
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Mas o suplente pode assumir o mandato, o ex um dia já teve poder e o vice é, potencialmente, o futuro titular.
É por este último ponto que pode se desenrolar a guerra surda na escolha do(a) candidato(a) a vice-governador(a) na chapa a ser encabeçada pelo pré-candidato à reeleição, Elmano de Freitas (PT).
O raciocínio é simples. Primeiro na linha de sucessão, o nome para vice de um governador que hipoteticamente disputará mais quatro anos é quem já está no cargo.
É, como virou clichê, natural que assim seja – embora o processo político não se dê com tanta naturalidade como muitos gostariam que fosse – ou dizem. Mas aí são outros fatores.
No caso do Ceará, olhando para 2026, temos a legítima postulação da atual vice-governadora, Jade Romero (MDB). Ela se coloca como opção e tem os argumentos dela.
A demanda de Jade – não do seu MDB, registre-se –, deve ser vista no conjunto. O posto para vice de Elmano é apenas uma das peças do quebra-cabeças.
No mesmo tabuleiro também estão, além da vaga de governador, dois senadores e quatro suplentes.
Ao dizer que prefere tentar seguir na vice de Elmano, Jade afasta a hipótese de ser candidata a deputada federal – esse é o plano original do MDB.
Não menos importante: ser vice de um governador que não poderá tentar o terceiro mandato consecutivo deve entrar na contabilidade política.
Alguém já disse que político sempre raciocina olhando para, no mínimo, as próximas duas disputas eleitorais.
O que já está consolidado e o que está em formação
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Por uma questão de justiça política, o único nome naturalmente assegurado em uma chapa à reeleição é a do titular.
É o rosto e o nome do gestor principal que irão estampar a história, com legados ou decepções.
É a quem tudo se atribui ou associa, de bom ou ruim. Estamos falando de Elmano.
Na sequência, pelo que está posto, o líder de Lula na Câmara, deputado José Guimarães (PT) parece estar firme na pré-candidatura ao Senado.
O mais está cristalinamente em aberto. Outras discussões são válidas, mas está cedo.
É sobre projeto; não pessoas
Ainda sobre a formação de chapa majoritária para 2026.
O manual recomenda que se fale em nome de projetos, ao passo em que personificar o debate pode ser um desastre.
Deve-se fazer um diagnóstico e projetar-se cenários para, depois, tentar equalizar a participação de cada partido na correlação de forças.
Por último é que são colocados à mesa as opções de nome.
Isso vale para governo e oposição, onde há inúmeros subgrupos.
É dessa dinâmica, com choques entre si ou de brigas intestinas, que saem chapas majoritárias.