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A temperatura política no Ceará já está de morna a quente na corrida para o Senado. Em 2026, estarão em disputa duas das três cadeiras – onde atualmente sentam os senadores Cid Gomes (PSB) e Eduardo Girão (Novo).
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Por enquanto, os nomes mais citados são José Guimarães (PT), Júnior Mano (PSB), Eunício Oliveira (MDB), André Fernandes (PL), Priscila Costa (PL), Cid, Chiquinho Feitosa (Republicanos), Dr. Cabeto (PSDB), Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio (PDT).
Sem entrar no mérito da seleta lista de pretendentes, é importante destacar que candidatura a senador da República vai muito além de controle partidário e dinheiro farto.
Um dos espaços de debate e votação mais relevantes do País, o Senado é o principal ponto de equilíbrio do chamado pacto federativo brasileiro.
Por isso e não por menos, são 81 cadeiras, igualmente distribuídas entre as 27 unidades da federação – três para cada.
Um senador de Roraima, estado com 0,23% do eleitorado nacional tem o mesmo peso de um representante de São Paulo, com mais de 22% do eleitorado do País.
Mas vai muito além. Somente ao Senado compete, por exemplo, processar e julgar o presidente da República, ministros de Estado e comandantes militares.
Também é privativo de senadores escolher integrantes dos tribunais superiores, embaixadores e autoridades financeiras, além de deliberar sobre dívidas e empréstimos a estados e municípios.
Casa de iguais favorece estados pobres como Ceará
Quem conhece o ambiente de Brasília sabe muito bem a diferença, em peso e prestígio políticos, entre senador e deputado federal.
O fundamental, porém, são as funções do mandato de oito anos.
Como casa de iguais, do ponto de vista distributivo dos espaços, é uma oportunidade de ouro para senadores de estados pobres, como o Ceará.
Estes e outros aspectos devem estar à mesa de negociações e na cabeça do eleitor. É disso que estamos falando.
O que não pode ser
O Brasil habituou-se a ver o Senado como um espaço de senhores e senhoras grisalhos, a maioria ex-governadores – ou querendo sê-lo.
Não há problema nisso. Pelo contrário.
A senilidade, no sentido original e romano do termo – daí a mesma raiz etimológica entre senil e senador -, até ajuda.
Temperança e experiência são bem vindas.
Mas o Senado não pode ser espaço de aposentadoria política – uma espécie de INSS de altíssimo luxo.
Tampouco deve servir como grande prêmio para alguns, que se acham merecidos.
Ou mesmo o destino para quem quer ir para o céu sem morrer.
Isso serve para pré-candidatos a senador ou suplente.