Em viés de alta na política e na economia, depois de um início trepidante, o governo Lula tende a consolidar uma base consistente no Congresso Nacional e começar a colher os louros de vitórias pontuais. Um dos responsáveis pelos avanços, o ministro Fernando Haddad (Fazenda, PT), já é visto descolado do primeiro pelotão, de onde poderá sair o herdeiro do presidente da República.
Isso, na hipótese de o atual mandatário não concorrer a um quarto mandato. Em outubro de 2026, Lula deverá ter 81 anos de idade. Por enquanto, a questão está totalmente em aberto. Particularmente porque, para além das condições de saúde do presidente, outros fatores também pesarão.
Pragmático, o mercado está mudando a visão sobre Haddad. No início do governo, a desconfiança da Faria Lima superava em muito a expectativa sobre o ex-prefeito de São Paulo. Agora, como um dos beneficiados pelas reformas estruturantes em curso – o ministro da Fazenda mostra-se competitivo, se comparado a outros colegas de Esplanada ou do Palácio do Planalto, a exemplo de Flávio Dino, Rui Costa e Wellington Dias, entre outros.
Também pesam a favor de Haddad os fatos de ele já ter sido testado em 2018 – não chegou lá por causa de outras variáveis -, ter a confiança de Lula – tanto que é um de seus mais importantes ministros -, e ser de São Paulo – o epicentro econômico do País.
O método lulupetista
Método. É isso o que o lulopetismo tem de sobra – e o que falta nas demais forças políticas que atuam no Brasil. Vejamos: o presidente Lula voltou ao poder galopando numa retórica democrática e vendendo memórias seletivas ao eleitorado. Ato contínuo, satanizou o adversário e fez força para torná-lo inelegível. Em paralelo, abriu uma ampla ofensiva no Congresso Nacional, para agregar forças até então hostis. Montou uma espécie de novo centrão. Agora, tenta avançar sobre evangélicos. Tudo isso em menos de seis meses.