Ansiosa por natureza e com fetiche por números redondos, a imprensa já marcou no calendário de 2025 os famosos 100 primeiros dias das gestões que ora começam.
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Com razão. Mesmo curto, o período não deixa de ser uma boa referência. Pode, inclusive, servir como parâmetro para metas de curto e curtíssimo prazos.
Sempre há, particularmente nas Cidades em que outro grupo político chega ao poder, ações que pedem atenção imediata – quando não emergencial.
O famoso “botar pra funcionar” nunca saiu de moda. Hospitais, postos de saúde, creches, tapa-buraco e coleta de lixo são os queridinhos das listas.
Isso, sem falar nos tristes casos de folha de pagamento de pessoal ainda olhando para o décimo terceiro do ano passado ou antes. E, claro, os fornecedores com pagamentos atrasados.
O fato é que a marca dos 100 primeiros dias cria natural expectativa entre todos os eleitores. Dos apoiadores, para comemorarem os primeiros resultados ou, caso algo dê errado, dos opositores, para cobrarem.
Há prefeitos que não admitem, publicamente, o desafio dessa fase-teste da gestão. Independentemente disso, com certeza o marco será lembrado.
Ah, os 100 primeiros dias de 2025 fecham no dia 10 de abril – uma quinta-feira.
Cortar, reformar e rever contratos estão na ordem do dia
A exemplo do governo Lula e de algumas gestões estaduais, prefeituras municipais devem adotar a fórmula amarga, mas eficiente, do corte de gastos neste 2025.
Instituir reformas administrativas – desde que para enxugar a máquina -, e rediscutir contratos também vão à mesa.
Sabe-se que decisões do tipo nem sempre atendem a critérios de economicidade.
Em todo o caso, é esse o período mais apropriado para tentar otimizar recursos.
Descer do palanque #ficaadica
Além de tentar organizar a administração e dar um banho de loja na cidade, prefeitos que acabaram de assumir, pela primeira vez, ou começar mais quatro anos de mandato, precisam descer do palanque.
Poucos erros políticos são tão graves para gestores, novatos ou veteranos, do que levar para o gabinete intrigas requentadas da disputa eleitoral.
O pleito passou há mais de dois meses.
Se não houver essa visão, com o próprio prefeito dando o exemplo, a futrica vai dominar a cena, em detrimento de discussões sérias e de futuro.
“Caveira 80”
Na gíria policial, o apelido acima é dado a agentes de segurança pública que fazem o curso do Batalhão de Operações Policiais Especiais, o temido Bope, no Rio de Janeiro.
Um desses, coronel Aginaldo Oliveira, é o novo secretário de Segurança de Caucaia.
Recém-nomeado pelo prefeito Naumi Amorim (PSD), ele já comandou a Força Nacional.
Impacto
Coronel Aginaldo, o novo secretário da Segurança de Caucaia, é linha-dura.
É alta a expectativa da atuação do militar, num dos municípios do Ceará mais complicados no combate à criminalidade.
Filiado ao PL, ele disputou a prefeitura ano passado.
Quem o viu nos debates ficou com a ideia de pouca sociologia e muito embate e rigor com criminosos.
Caso das emendas impactará 2026?
É grave, muito grave o que diz a Polícia Federal, sustentado por áudios vazados, sobre venda de emendas parlamentares.
Em síntese, deputados federais, prefeitos municipais e intermediários discutem índices de propina, entre si, via WhatsApp.
Do Ceará, dois nomes já foram expostos.
Os bastidores cochicham que o esquema passaria de meia dúzia de parlamentares, com até dezenas de prefeitos envolvidos.
Mais: o modus operandi viria de muito longe – legislaturas anteriores -, e envolveria políticos de outros tipos de cargos.
Lamentavelmente, tudo isso parece reprise. Surpreende poucos.
A novidade é saber se o escândalo impactará o desenho eleitoral de 2026. A ver.