O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu à Polícia Federal, nesta quarta-feira, 18, em Brasília, acompanhado por advogados.
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Na ocasião, ele entregou manifestação por escrito em relação ao inquérito que apura a participação dele e de empresários em um grupo de WhatsApp.
Nele, foram compartilhadas supostas mensagens favoráveis a um golpe de Estado, ainda no ano passado, meses antes das eleições vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República.
À jornalistas, Bolsonaro disse que sua presença se deu em função do inquérito, no qual, disse ele, foi incluído depois de vários meses.
“Tendo em vista a mensagem que eu tinha passado, em especial, para Meyer Nigri, que é empresário em São Paulo, que eu conheço desde antes das eleições de 2018”, afirmou.
O ex-presidente reconheceu que enviou mensagens em um grupo privado, mas voltou a negar qualquer teor golpista nas mensagens compartilhadas.
“E a opção dos advogados [hoje] é entregar as razões de defesa por escrito, continuar batendo na tecla da competência, que não é do Supremo nesse caso. Advogados entendem que é primeira instância. E sempre estivemos prontos para colaborar”, acrescentou.
Competência para investigar
Segundo o advogado Paulo Cunha Bueno, nenhum dos empresários envolvidos na investigação detêm foro por prerrogativa de função.
De acordo com ele, por isso, o caso jamais deveria estar sendo investigado no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Lamentavelmente, os casos que envolvem o ex-presidente Bolsonaro recorrentemente têm padecido desse problema de competência. Em algum momento, isso terá que ser dirimido, não é razoável que o garantismo seja seletivo”, disse o defensor.