
A Enel assumiu o compromisso de investir R$ 20 bilhões, até 2026, nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e Ceará.
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O objetivo é reduzir as interrupções de energia em residências e empresas das regiões.
A imagem da empresa foi afetada por sucessivos apagões nos últimos meses.
O plano foi revelado, neste sábado, 15, em reunião entre o diretor-geral da Enel, Flavio Cattaneo, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Itália.
“A gente está disposto a renovar o acordo se eles assumirem o compromisso de fazer investimento”, afirmou Lula à imprensa.
Segundo o mandatário, a diretoria da Enel prometeu que não haverá mais apagão em nenhuma das cidades onde a empresa é a fornecedora de energia.
De acordo com o presidente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deve apresentar uma proposta na próxima semana que tratará os termos da renovação.
“São Paulo, a maior capital, cidade mais importante do país, não pode ficar sem energia”, acrescentou Lula.
No fim de abril, a Enel tinha anunciado o investimento de US$ 3,7 bilhões, em torno de R$ 20 bilhões.
Concessão
Recentemente, o governo condicionou a renovação das concessões à companhia à ampliação dos investimentos.
No momento, o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil da Presidência da República discutem os critérios para a renovação de 20 concessões na área de energia que vencem a partir de 2025.
Além da Enel, terão os contratos renovados a CPFL Energia, a Neoenergia, a Equatorial e a Energisa, que concentram quase dois terços do mercado de distribuição de energia no país.
Multas e CPI
A Enel foi multada duas vezes após apagões que atingiram a Capital e a Região Metropolitana de São Paulo, em novembro do ano passado.
O débito aplicado, em conjunto, chega a R$ 181 milhões.
Nesta semana, a filial da Enel no Rio de Janeiro foi multada em R$ 13,067 milhões.
Os motivos foram a frequência de interrupção dos serviços e a demora por parte da concessionária em restabelecer o fornecimento.
Em São Paulo, a Enel foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal que pediu o fim do contrato com a companhia e cobrou investimentos.
A mesma situação ocorreu no Ceará. Os serviços da distribuidora foram investigados pela Assembleia Legislativa do Estado.
Os trabalhos iniciaram em agosto do ano passado e foram encerrados em maio deste ano.
Os deputados cearenses constataram que a Enel descumpriu de forma sistemática as obrigações previstas no contrato de concessão.
O relatório final da investigação foi entregue ao Ministério de Minhas e Energia e ao Poder Judiciário.
Durante oitiva, o dirigente da Enel Ceará anunciou o plano de R$ 1,5 bilhão para melhorar a prestação de serviços no Estado.
Uma nova Comissão Parlamentar foi instalada, nesta semana, pela Câmara Municipal de Fortaleza.
Os vereadores devem focar inicialmente na coleta de informações e escuta de depoimentos da população afetada pela empresa em Fortaleza.
Os trabalhos deverão ser finalizados em até 120 dias, podendo ser prorrogado conforme a necessidade.
*Com informações da Folha de S.Paulo