A efeméride do dia é o biênio dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, que depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
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Estão previstos atos simbólicos e discursos políticos e institucionais em defesa da democracia no Brasil. É muito justo e necessário que assim seja.
Estaríamos no pior dos mundos se a apelidada trama do golpe, como apontam as investigações, tivesse saído da minuta.
Mas, apesar de relevante, é muito pouco o que os Três Poderes fazem para defender a plena democracia no País. Vejamos.
O Brasil é uma das maiores democracias do mundo, em termos demográficos. Temos um eficiente sistema de votação e apuração. Mas como estamos fora da cabina de votação?
Por que nossa democracia, que resiste a ataques, não tenta melhorar nossa imagem de país da corrupção, privilégios, desigualdade econômica e violência?
Os atos desta quarta-feira deveriam incorporar uma ofensiva para entrarmos no ranking dos países com melhor qualidade de vida. É assim nas grandes democracias ao redor do mundo.
De novo. Democracia é imprescindível. Mas defendê-la por defendê-la, sem ir às raízes dos gargalos nacionais fica parecendo defesa das castas que estão no poder, de olho nas próximas eleições. Nada mais.
Atos podem entrar na próxima fila de votação
Os atos do 8 de Janeiro de 2023 extrapolam a polarização nacional e são reprovados, maciçamente, pela opinião pública brasileira.
Está na casa dos 86%, segundo constata o Genial/Quaest.
O ex-presidente Bolsonaro é apontado como o principal pivô do episódio.
Daí o esforço do governo e arredores em colar a patifaria de dois anos atrás no líder da direita.
Quanto mais o ex-mandatário, mesmo inelegível, for responsabilizado, mais a centro-esquerda ganha força para 2026.