São necessários dois meses de preparação para atender a demanda dos festejos de São João da Associação dos Moradores do Serrote e Adjacências, que trabalha com artesanato da palha da carnaúba, em Aracati.
A procura já começa no final de maio, explica a presidente da Associação, Maria Helena Angelino.
“De fevereiro a abril é muita chuva, então a gente começa a produzir em maio para encher a estufa e vender nos dois meses seguintes”, afirma Maria
A estufa da comunidade comporta até 1.500 peças entre cestos, chapéus, peneiras e adornos para decoração. Além da palha, os artesãos de argila também sentem o aumento da procura pelos produtos feitos de barro neste período de festas juninas.
A artesã Antônia Lúcia Muniz, de Cascavel, falou sobre as vendas durante os festejos juninos
“No período que antecede os festejos dos três santos temos uma demanda de venda mais direcionada e de modo particular para o São João, acredito que um aumento de 20%”, avalia Antônia
As panelas de barro e os potes são alguns dos itens produzidos pela família Muniz, no município da Região Metropolitana de Fortaleza.
Nas lojas da Central de Artesanato do Ceará (CeArt), o consumo maior é de panelas de barro para servir e decorar as mesas com comidas típicas e artigos de palha para a decoração.
O período de festejos juninos é uma oportunidade de valorizar a cultura nordestina como um todo, não só nas danças e comidas típicas, como também no trabalho artesanal, destaca a coordenadora de Desenvolvimento do Artesanato, Patrícia Liebmann.
“O artesanato é um trabalho que sustenta famílias com técnicas tradicionais do Ceará passadas de geração em geração e que deve ser valorizado como parte essencial da cultura cearense”, conta Liebmann.
A CeArt é uma ferramenta da Secretaria da Proteção Social (SPS) que trabalha o artesanato cearense como uma política de geração de emprego e renda a partir de saberes tradicionais e que promove a compra direta dos artesãos e a comercialização dos produtos certificados com o Selo CeArt. Tudo isso contribui para a sustentabilidade, competitividade e melhoria de renda e qualidade de vida do artesão, principalmente de mulheres.
No total, são 38,3 mil artesãos e 86 entidades artesanais cadastrados na Central de Artesanato do Ceará.