Por Erivaldo Carvalho
O governador Elmano de Freitas (PT) tem profundo respeito político para com o antecessor Camilo Santana (PT). O atual chefe do Executivo deve – e não esconde isso de ninguém – ao senador licenciado e ministro da Educação o fato de sentar hoje na mais poderosa cadeira do Estado.
É desse ponto de vista que deve ser analisado o mandato-tampão do senador Cid Gomes (PDT) na presidência do PDT-CE. Isso, partindo-se do pressuposto de que o senador pedetista vá investir na tentativa de reaproximação do PDT com o PT.
Cid não tem com Elmano a relação que Camilo mantém com o governador do Estado. Do outro lado, Elmano e Camilo, sintonizados, têm absoluta clareza do principal objetivo do PT nas eleições do ano que vem no Ceará: chegar à Prefeitura de Fortaleza. Ainda mais agora, quando Elmano e Camilo são da cozinha do governo federal.
Octogenário em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá – ou não – disputar a reeleição. Em caso negativo, o PT terá, no ano que vem, a chance de ouro de alinhamento, deste ciclo, de voltar ao comando da Capital.
Voltando a Cid. A interlocução do novo presidente pedetista com prefeitos e deputados de seu partido ficou muito difícil. Portanto, pode ser missão (quase) impossível para Cid a reunificação do PDT, para chegar forte às disputas municipais do próximo ano. O mais provável é a migração de muitos líderes do PDT para outros grupos políticos que orbitam o Palácio da Abolição.