Por Erivaldo Carvalho
O prefeito de Fortaleza, José Sarto, e o antecessor, Roberto Cláudio – ambos do PDT, deram -, neste sábado (15), dois bons exemplos de como atuar na vida pública.
Ambos foram às redes sociais. O primeiro anunciou o que será, palavras do prefeito, “o maior concurso público da história” da saúde municipal.
Serão contemplados cargos para os níveis médio e superior.
O segundo mostrou que o mutirão do Governo do Estado para zerar a fila de cirurgias eletivas no Ceará está muito aquém do que deveria.
De quase 70 mil demandas, diz o ex-prefeito, somente 819 foram atendidas até agora. O programa foi criado no dia 17 de fevereiro. A primeira cirurgia foi realizada em 10 de abril.
Nesse ritmo, alguém arriscaria dizer quando a fila vai ser – se for -, zerada? Lembremos que o estoque não está congelado. Todo dia chega mais gente.
O pedetista cobrou celeridade e transparência no mutirão, assim como reconheceu a boa iniciativa da gestão estadual.
Roberto citou, sobretudo, o drama histórico de quem precisa desse tipo de cuidado. O gargalo, lembrou, é derivado de um sistema subfinanciado.
Nesse ponto, voltamos a Sarto. O prefeito conta que encomendou estudos de impacto financeiro do certame municipal.
O edital do concurso será elaborado em meio ao embate entre Prefeitura e Governo, justamente sobre financiamento na área.
A gestão Elmano de Freitas (PT) vem criticando o atendimento da saúde na Capital.
Já o Paço Municipal diz que o Estado deveria trocar o barulho por ajuda de custeio.
Mais da metade dos atendimentos especializados de todo o Ceará é feita em equipamentos da Prefeitura de Fortaleza.
Eis, portanto, as duas boas práticas dos líderes pedetistas. Mesmo com o lençol financeiro curto, Sarto dobra a aposta de homem público e anuncia um concurso.
Em paralelo, Roberto Cláudio faz cobranças no mutirão das cirurgias, mas reconhece o desafio e até elogia a boa iniciativa do governo Elmano.
Não dá para sabermos se Sarto e Roberto combinaram as duas aparições nas redes sociais, no mesmo dia, com poucas horas de diferença.
Mas dá para perceber que, além de médicos, os dois vêm procurando olhar mais para quem precisa e menos para a disputa política entre Prefeitura e Estado.