Há dois tipos de grupo político: o que quer dominar tudo na cena pública e admite isso e o que busca o mesmo objetivo, mas não diz. Ou seja, ser hegemônico está na vocação do jogo pelo poder.
Dito isso, é justo reconhecer a competência do Partido dos Trabalhadores (PT), uma das siglas mais relevantes da história do Brasil. Entre altos e baixos, o lulopetismo está de novo ao poder central da República e segue no Governo do Estado do Ceará. E, para 2024, quer voltar à Prefeitura de Fortaleza. Isso é bom ou é ruim?
Depende. Seria magnífico para o condomínio atualmente já controlador do Palácio da Abolição estender os tentáculos para uma das principais cidades brasileiras. E para a gestão pública da Capital e para a própria democracia?
Perguntas do tipo começam a ser feitas na medida em que se aproxima a safra eleitoral. Não por menos. O alinhamento dos governos petistas de Lula e Elmano de Freitas e o desejo de anexar o Paço Municipal será, anotem, um ponto crítico na disputa pela cadeira do prefeito José Sarto (PDT).
Esse debate deve ser feito por todos quantos defendem a pluralidade de pensamento e os variados modelos de gestão. O mais é a busca cega do hegemonismo político – admitindo-se ou não isso.
Gestão
De uns tempos para cá, as eleições brasileiras vêm sendo definidas em duas vertentes: focadas na vida prática dos eleitores ou no debate ideológico. O primeiro modelo está, essencialmente, presente em disputas municipais. É o que se espera que aconteça em 2024. O presente e o futuro da Cidade de Fortaleza devem estar em primeiro plano.
Ideologia
Focar na qualidade de vida das pessoas não está garantido na linha principal das eleições do ano que vem. Em 2022, o PT, por exemplo, se deu muito bem misturando defesa da democracia, recortes de memórias seletivas e promessas pontuais. Se o partido conseguir envelopar tudo isso, numa única narrativa, para que se preocupar com mais?