Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu / Caio Coronel/Itaipu

As hidrelétricas brasileiras registram em 2023 volume recorde de água vertida, ou seja, eliminada pelas barragens sem ser usada na geração de energia

Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Neste ano, até 20 de junho, foi vertido pelas hidrelétricas de todo o país o equivalente a 10.842 MWmed (megawatts-médios).

Essa energia seria suficiente para atender a cerca de 90% da demanda dos consumidores do Nordeste, segundo o ONS.

É o maior valor da série histórica do ONS, que começa em 2000, sendo equivalente a quatro vezes a quantidade de água vertida em todo o ano de 2022 (2.594 MWmed).

O cenário é reflexo do excesso de chuvas dos últimos meses, que elevou fortemente o nível dos reservatórios.

As hidrelétricas vertem água quando os reservatórios estão cheios, o que pode acontecer mesmo que uma usina não esteja gerando na capacidade máxima.

Exportação

A quantidade de água vertida neste ano só não foi maior porque o país exportou energia para Argentina e Uruguai.

De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foram vendidos aos dois países 4.924,9 MWmed, de janeiro a maio.

O valor representa energia suficiente para abastecer o Distrito Federal por seis meses ou o Tocantins por um ano.

Essa exportação gerou uma receita de cerca de R$ 600 milhões.

Essa melhora no setor elétrico brasileiro ocorre apenas dois anos depois da crise provocada pela escassez de chuva, que trouxe de volta o fantasma do risco de um novo racionamento de energia no país.

Contas de luz

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirmou que as contas de luz serão influenciadas pela melhora no cenário das hidrelétricas.

“Em razão do aumento da geração renovável e menor utilização das térmicas, as bandeiras tarifárias estão verdes desde abril de 2022” e devem permanecer “assim até o fim de 2023″, afirmou a empresa em nota.

A bandeira verde significa que não há cobrança extra nas contas de luz.

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