Por Erivaldo Carvalho
Para a alegria da rede hoteleira, restaurantes, serviços de transporte e outros agregados, a Capital Federal está, mais uma vez, repleta de prefeitos municipais.
Dependurados no pescoço, pelo menos dois mil crachás da Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificam os gestores locais.
No entorno do chefe, assessores e secretários, com telefones de última geração na mão, circulam com pastas debaixo do braço, contendo a já clássica pauta.
No contexto da reforma tributária, em tramitação no Congresso Nacional, as discussões sobre repasses federais aos municípios, em tese, ganham mais força.
A saber: a União fica com mais de 60% do bolo tributário nacional; estados mordem outros 25%; menos de 15% ficam com os governos locais.
Por isso o misto de pressão, visibilidade e constrangimento de prefeitos que, anualmente, deslocam-se ao Planalto Central, em busca de dinheiro.
Pelos auditórios lotados passarão ministros de Estado, governadores estaduais, secretários e líderes de entidades.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) representará o Palácio do Planalto.
A assim chamada Marcha dos Prefeitos tem seus méritos. Em regra, prefeituras, sempre de pires na mão, escutam o que querem ouvir – nem que seja na forma de promessa ou anúncios requentados.
Muitos integrantes de comitivas aproveitam para dar uma passadinha em ministérios, órgãos federais e visitar parlamentares de seus estados.
E, claro, tirar muitas fotos e fazer vários vídeos, com pomposas mensagens sobre o declarado esforço em nome dos munícipes.
Ainda mais agora, em 2023, às vésperas de um ano eleitoral, quando teremos, em todo o Brasil, mais uma briga por simpatia e voto da população.