O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro afirmou que enviou ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo os nomes dos militares das Forças Armadas que teriam se reunido com o hacker Walter Delgatti Netto.
A informação foi dada após Múcio se reunir com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, nesta última quarta-feira, 23, em Brasília.
Segundo Delgatti, o encontro com os militares visava a elaboração de relatório das Forças Armadas sobre segurança nas urnas eletrônicas e a obtenção de informações sobre o código-fonte do equipamento.
A intenção era usar o documento para questionar a integridade do sistema brasileiro de votação.
Declaração foi dada durante depoimento, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro,
Aos parlamentares, o hacker disse que orientou os militares responsáveis por produzir o documento, entregue no dia 9 de novembro de 2022.
Segredo de Justiça
O Ministro afirmou que havia mandando um ofício para a PF, na sexta-feira, 18, após as declarações na CPMI. Entretanto, Andrei Rodrigues havia respondido que o processo está em segredo de Justiça. Só quem poderia fornecer isso era o ministro Alexandre de Moraes.
“Imediatamente, nós mandamos para o ministro o nosso pedido, anexamos a cópia do ofício que recebemos da Polícia Federal e estamos aguardando”, afirmou Múcio a jornalistas na sede da PF.
Moraes é o relator dos inquéritos que investigam os atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília.
Na CPMI, Delgatti Netto revelou que esteve cinco vezes no Ministério da Defesa, entrou pela porta dos fundos do prédio.
Ele teria se reunido com o então ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e com servidores ligados a área de Tecnologia da Informação da pasta.
Ainda segundo Delgatti, como a análise do chamado código-fonte da urna eletrônica só poderia ser feita na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os técnicos do Ministério da Defesa repassavam a ele as informações colhidas no tribunal.
O hacker ainda assegurou que o relatório das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral foi integralmente orientado por ele.