Instintiva, a ex-prefeita de Fortaleza, deputada federal Luizianne Lins (PT), tem nítida ideia do terreno acidentado e o caminho pedregoso até uma eventual candidatura à sucessão do prefeito José Sarto (PDT).
Um dos personagens mais relevantes do PT do Ceará, Luizianne também sabe que o partido dela, depois que se profissionalizou no poder, reforçou o peso de lideranças com mandato, em detrimento da militância.
Apelidado por alguns de “MDB da esquerda”, o PT tem virado habitué em decisões de cúpula. Assembleísmo e plenárias, atualmente, servem mais para aquecer a militância do que para decidir os rumos da sigla.
Não é verossímil que o partido leve à votação, na base, como aconteceu em 2004, a decisão final sobre candidatura própria na Capital. Isso virá da cúpula, não obstante pesquisas de intenção de voto, favoráveis a Luizianne, sejam pontos a considerar.
E quem está com um pé em Brasília, ajudando a definir o mapa do ano que vem, e outro aqui, de olho na Prefeitura de Fortaleza? O ministro Camilo Santana, o governador Elmano de Freitas e o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães.
Na média do trio, que será ouvido pelo presidente Lula, para a martelada final, Luizianne tem poucas chances de ser ungida candidata.
2016 e 2020, segundo ex-prefeita
Em recente entrevista ao Sistema Verdes Mares, a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), que pretende ir para a terceira campanha, depois dos dois mandatos, afirmou que se candidatou em 2016 e 2020 para cumprir missões políticas. No primeiro caso, teria sido para representar o partido em um dos piores momentos da sigla. No segundo, também. Com um agravante: ela lembra ter sido brutalmente atacada por adversários. No desfecho, a petista sugere a mensagem de que, em 2024, por esses e outros motivos, mereceria a candidatura.