Não é uma pergunta retórica. E ganhou muito sentido nos últimos dias, quando a temperatura interna do partido subiu alguns graus, em torno dos rumos da sigla na sucessão do prefeito José Sarto (PDT).
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Pré-candidato, o governador em exercício, Evandro Leitão (sem partido), ocupou o máximo de espaços possível. No lançamento oficial de seu nome, Luizianne Lins disse que “o PT não é um partido de aluguel”.
A fala da ex-prefeita tenta passar a tramela atrás da porta da legenda, por onde Evandro quer entrar e disputar a Prefeitura de Fortaleza.
Ato contínuo, a deputada Larissa Gaspar, também pretendente, afirmou que “o PT não tem dono e nem dona”. A “dona” a que Larissa se refere parece ser Luizianne.
E o “dono”? A rigor, “donos” aponta para o ministro Camilo Santana, o governador Elmano de Freitas e o deputado José Guimarães.
Voltando à pergunta-título: os incautos diriam que os donos do PT é a militância. Bobagem. O partido tem seus méritos, mas o assembleísmo petista é coisa do passado.
Manda no PT, aqui e alhures, quem tem voto e/ou controla a burocracia. Estamos falando, portanto, de gente da cúpula.
É de onde sairá o nome do(a) candidato(a) a prefeito de Fortaleza. É legítimo. Não há problema nisso. A questão é saber quem manda mais.
Decisão traumática poderá repercutir na campanha
Com pouco diálogo e muita movimentação, o PT poderá sair mais rachado do que entrou nessa fase da pré-campanha em Fortaleza.
Caso as projeções sejam confirmadas, isso significará um lado muito engajado e comprometido com a candidatura a ser definida – e outro fazendo corpo mole.
Ou mesmo pedindo voto para algum candidato que não seja o oficial. Foi mais ou menos isso o que aconteceu, há exatos 20 anos, quando Luizianne foi eleita.