Um dos países mais desiguais do mundo, em termos socioeconômicos, o Brasil parece ter se acostumado com a ideia de que pobreza é uma das características de sua definição.
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Uma demonstração disso é a quase satisfação de políticos, ao anunciarem mais um recorde em suas listas de beneficiados com algum tipo de assistência oficial.
Há exatos vinte anos, completados em outubro, surgia o programa Bolsa Família. Começou com 1,15 milhão de lares. Atualmente, são 21,45 milhões.
Os governos fracassaram na tentativa de criação das “portas de saída”.
Em seu lugar, a cultura do pobrismo cresceu e se desenvolveu como estratégia política e rubricas orçamentárias bilionárias.
Nesse grande negócio chamado pobreza, o capitalismo virou sócio de governos – não importando cor ideológica.
Oxigênio do sistema, o consumo das classes D e E forjou interesses políticos e econômicos.
Antes restrita à sociologia, a pobreza, hoje, é objeto de praticamente todas as áreas de estudo. As estruturas governamentais estão lotadas destes especialistas.
Se um dia a pobreza no Brasil acabar ou for drasticamente reduzida, muitos ficarão desempregados – inclusive, políticos.
Está aí a explicação
Soa inacreditável, mas sete em cada dez brasileiros não lembram em quem votaram para deputado e senador, segundo pesquisa ICS/Ipec.
Igualmente ou mais grave: quase 80% dos entrevistados declararam “não terem vontade” de participar da vida pública.
É esse eleitor que vai escolher prefeitos e vereadores, no ano que vem. Isso é muito preocupante.
Pode estar aí uma das razões para as baixíssimas e desqualificadas renovação e alternância democrática no País.
É a máxima do silêncio dos bons, que beneficia os maus.